Um casamento está prestes a se realizar na pequena cidade-estado européia chamada Cagliostro. A bela e inocente Clarice, a última descendente dos soberanos, volta do colégio interno e está prestes a se casar com o Conde, o que unirá as duas linhagens da antiga família. Enquanto isso o mestre dos ladrões, Lupin, está mais preocupado com seu último golpe que deu errado quando seu caminho toma um inesperado rumo. Chegando em Cagliostro, ele encontra um sindicato de ladrões, um antigo tesouro de família e intrigas políticas. No processo, Lupin revê seus caminhos, paga uma velha dívida e rouba o bem mais precioso do país.
O primeiro filme de Hayao Miyazaki como diretor é sem duvida um dos mais divertidos e originais de seus trabalhos. Lupin III, o adorável ladrão já era conhecido maciçamente em 1979, com um mangá sendo publicado desde 1967. Uma série de TV era veiculada e um filme de sucesso, O segredo de Mamo, havia sido lançado um ano antes. Também havia sido produzido um filme com atores reais. Miyazaki pegou todo este conteúdo e o destilou numa obra de classe ao mesmo tempo cool e inventive, porém respeitando o original.
A trama em qualquer momento de Lupin III é sempre a mesma: Lupin, e seu fiel parceiro Jigen, e o amigo e samurai-ladrão Goemon estão constantemente tentando lucrar com algum golpe ou esquema, sempre um passo à frente das autoridades – principalmente do azarado porem determinado Inspetor Zenigata, que tem como objetivo de vida, captura Lupin. Fujiko Mine, uma bela e tão inescrupulosa quanto voluptuosa mulher, é a amada de Lupin e algumas vezes sua rival. Juntos (ou separados) eles enfrentam desafios improváveis e inúmeros adversários, mas sempre escapam graças as suas inteligências, coragem, lealdade e determinação. Para o ‘Eurófilo’ Miyazaki, o formato de Lupin foi como um parque de diversões onde ele pôde deixar seu conhecimento de cinema e literatura, e sua habilidade me criar cenários fantásticos e personagens tocantes fluir livremente. Seu Lupin é mais suave que o da TV, mas ainda assim, cínico, sagaz como nunca, e com um coração de gelatina e uma estranha e inabalável fibra moral. Fujiko é uma camaleoa, doce num minuto e explosiva em outro quebrando paredes e carregando armas. O conde por sua vez encarna perfeitamente um dos grandes vilões dos filmes de aventura, de maneira clássica e elegante.
Com a ajuda de Yasuo Otsuka, o gigante da indúdtria dos animes e que foi seu mentor nos tempos da Toei, Myiazaki juntou elementos originais de Lupin, filmes europeus e americanos – de Charles Chaplin à James Bond – e os fundiu numa obra rica e bem executada. Yuji Ono, o compositor da trilha do filme e um dos maiores nomes do Jazz no Japão, misturou elementos do funk a orquestras com incrível destreza, precisão e criatividade.
A franquia de Lupin continua após três décadas, mas Lupin III: O Castelo de Cagliostro continua sendo o melhor de todos. Mais uma evidência do brilhantismo do mestre Miyazaki mesmo antes da criação do Studio Ghibli.
Lupin III: O Castelo de Cagliostro foi lançado diretamente em DVD no Brasil pela Focus filmes em 2006.
Ficha Técnica
Titulo: Lupin III: O Castelo de Cagliostro
Titulo Original: The Castle of Cagliostro (Rupan Sansei: Kariosutoro no Shiro, Lupin the Third: Castle of Cagliostro)
Direção: Hayao Miyazaki
Roteiro: Hayao Miyazaki, Haruya Yamazaki,
Ano de Lancamento: 1979
País: Japão
Gênero: Animação/Aventura/Policial
Estúdio: Tokyo Movie Shinsha, Topcraft
Duração: 100 min.
Estudos:
Texto de autoria de Deborah Magnani, agradeço pelo autorização do uso em nosso blog.
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