quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

História do cinema: Estados Unidos

Após a 2a Guerra, o macarthismo instaura um clima de intolerância e perseguições que favorece a proliferação de musicais – Cantando na chuva, de Gene Kelly, Sinfonia em Paris, de Vincente Minnelli, Cinderela em Paris, de Stanley Donen –, comédias românticas e sofisticadas – A princesa e o plebeu, de William Wyler – ou superproduções: Os dez mandamentos, de Cecil B. de Mille. Nos estúdios trabalham diretores de grande talento: Alfred Hitchcock (Disque M para matar), Billy Wilder (Farrapo humano), John Huston (O tesouro de Sierra Madre), Fred Zinnemann (Matar ou morrer), George Stevens (Os brutos também amam), Douglas Sirk (Palavras ao vento), George Cukor (Nasce uma estrela) e Roger Corman (Obsessão macabra).


Cantando na Chuva - Gene Kelly


Cantando na Chuva Versão Vila Sésamo


Disque M para Matar - Alfred Hitchcock



Alfred Hitchcock (1899-1980)

É considerado o mestre do suspense. Nasce em Londres, filho de pais católicos, e recebe formação jesuítica. Começa a escrever roteiros em 1923, na Inglaterra. Muda-se para os Estados Unidos, em 1939, levado pelo produtor David Selznick, e filma Rebecca um ano depois. Influencia muitos diretores e faz grandes filmes de sucesso: O homem que sabia demais (1934), Interlúdio (1946), Festim diabólico (1948), Janela indiscreta (1954), Um corpo que cai (1958), Psicose (1960) e Os pássaros (1963).


Psicose - Cena do assassinato no banheiro



Billy Wilder (1906)
Nasce em Viena, na Áustria. Trabalha como jornalista e crítico de arte. Muda-se para a Alemanha, onde passa a escrever roteiros de cinema. A partir de 1933 vai para Hollywood e torna-se roteirista de diretores como Lubitsch e Howard Hawks. Sofisticado nas comédias e dramas, seus filmes marcam época e se tornam clássicos, como Crepúsculo dos deuses (1950), A montanha dos sete abutres (1951), uma crítica à imprensa marrom, e O pecado mora ao lado (1955), com a atriz Marilyn Monroe.


O Pecado Mora ao lado

Escola de Nova York

A partir de 1955, a reação ao sistema de estúdio vem com a Escola de Nova York, influenciada pelo neo-realismo italiano – Delbert Mann (Vidas separadas) e Martin Ritt (Despedida de solteiro) – e os jovens cineastas saídos da TV: Sidney Lumet (O homem do prego) e Arthur Penn (Um de nós morrerá). Surge um cinema inconformista, que aborda temas polêmicos: o conflito de gerações em Juventude transviada, de Nicholas Ray; a guerra em O julgamento de Nüremberg, de Stanley Kramer; injustiça social em Sindicato de ladrões, de Elia Kazan; sexo e intolerância moral em Clamor do sexo, de Kazan, ou Gata em teto de zinco quente, de Richard Brooks.

Décadas de 60/70 – Nos anos 60, Stanley Kubrick (O Dr. Fantástico), John Frankenheimer (Sob o domínio do mal) e Sidney Pollack (A noite dos desesperados) continuam voltados para a crítica social e os problemas humanos.

Na década de 70 Francis Ford Coppola (O poderoso chefão, Apocalypse now), Martin Scorsese (Taxi driver) e Robert Altman (Mash) dissecam aspectos traumáticos da sociedade americana, enquanto a tradição do musical é renovada por Bob Fosse (Cabaré) e a do cinema de humor por Woody Allen (Noivo neurótico, noiva nervosa), Mel Brooks (O jovem Frankenstein) e Blake Edwards (S.O.B.). Emigrados do Leste europeu, o tcheco Milos Forman (Um estranho no ninho) e o polonês Roman Polanski (Chinatown) aclimatam-se aos EUA. A era das superproduções renasce com Steven Spielberg (Encurralado) e George Lucas (Guerra nas estrelas). As bilheterias registram fenômenos de público, como Rocky, o lutador, que lança o ator e diretor Sylvester Stallone.


Woody Allen (1935)

Alan Stewart Konigsberg, ator, roteirista e diretor americano. Filho de um chofer de táxi e uma vendedora de floricultura, nasce em Manhattan, cenário de grande parte de seus filmes. Sempre tímido, descobre no humor uma forma de conquistar amizades. Inicia a carreira escrevendo piadas para um programa humorístico da NBC. Posteriormente, comanda shows em boates, quando, em 1965, Shirley McLaine e o produtor Charles Feldman o contratam como ator e roteirista do filme O que é que há gatinha? Um ano depois, estréia como diretor e seu humor inteligente e refinado produz grandes sucessos como Interiores (1978), A rosa púrpura do Cairo (1985), Hannah e suas irmãs (1986), Maridos e esposas (1992) e Um misterioso assassinato em Manhattan (1993). No final de 1991, se envolve num escândalo ao manter um romance com Soon-YI, filha adotiva de Mia Farrow.

Década de 80 – Esse período traz visões contestadoras da vida social nos filmes de Michael Cimino (O Franco-Atirador), Philip Kaufman (Os eleitos), David Lynch (Veludo azul), Brian de Palma (Carrie, a estranha), seguidor de Hitchcock; de roteiristas que passam à direção, como Lawrence Kasdan (Corpos ardentes) e Oliver Stone (Platoon); de jovens e competentes artesãos, como John Landis (O lobisomem americano em Londres) ou John Carpenter (Fuga de Nova York). Os independentes nova-iorquinos Jim Jarmusch (Daunbailó) e John Sayles (Lianna) fazem filmes baratos, influenciados pelo neo-realismo.

Como já acontecera na época da 2a Guerra, a indústria importa diretores de outros países: os australianos Peter Weir (A testemunha) e George Miller (As bruxas de Eastwick), o argentino Luís Puenzo (Gringo velho), o brasileiro Hector Babenco (Ironweed), o francês Barbet Schroeder (Barfly) e o holandês Paul Verhoeven (Robocop).



É o mais bem-sucedido diretor de cinema de todos os tempos. Aos 12 anos, ganha sua primeira câmera de cinema e passa a fazer filmes de ficção. Sete anos depois, freqüenta por três anos os estúdios da Universal. Seus filmes são verdadeiros fenômenos de bilheteria, a maioria com histórias fantásticas e abundantes efeitos especiais. Como diretor e produtor, acumula sucessos: Tubarão (1975), Contatos imediatos de terceiro grau (1977), Os caçadores da arca perdida (1981), E.T. - o extraterrestre (1982), Indiana Jones e o templo da perdição (1984), A cor púrpura (1985), O parque dos dinossauros (1993) e A lista de Schindler, pelo qual recebe seu primeiro Oscar de melhor diretor, em 1994.

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