quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

História do cinema: França

Até o final da década de 50, persiste um cinema tradicional e acadêmico. Claude Autant-Lara (Adúltera), André Cayatte (Somos todos assassinos) e Henri Clouzot (O salário do medo) fazem filmes politizados e pessimistas. Os católicos Robert Bresson (Um condenado à morte escapou) e Jean Delannoy (Deus necessita de homens) reagem ao materialismo existencialista e Jacques Tati renova a comédia com Meu tio. Em 1957, um grupo de jovens provenientes da crítica reage contra o academicismo do cinema francês e inicia um movimento que renova a linguagem cinematográfica, a nouvelle vague.

Nouvelle vague – Seus integrantes – críticos do Cahiers du Cinéma – propõem um cinema de autor, criticam as produções comerciais francesas e realizam obras de baixo custo em que rejeitam o cinema de estúdio e as regras narrativas. Diferentemente do movimento neo-realista, a nouvelle vague volta-se menos para a situação social e política do país e se interessa mais pelas questões existenciais de seus personagens. Seus representantes, Jean-Luc Godard (Acossado), François Truffaut (Os incompreendidos), Claude Chabrol (Os primos), Alain Resnais (Hiroshima, meu amor ), Louis Malle (Trinta anos esta noite) e Agnès Varda (Cleo das 5 às 7) seguirão, no futuro, caminhos individuais divergentes.




Jean-Luc Godard (1930)

Diretor e crítico francês, nasce em Paris, onde estuda etnologia e jornalismo. Um dos fundadores da nouvelle vague, é também um dos formuladores da "política de autor", em que o diretor é considerado o único autor na produção de uma fita. Como crítico, colabora no Cahiers du Cinéma e outras revistas especializadas. Seu primeiro longa-metragem é Acossado (1959). Entre suas obras, merecem destaque O pequeno soldado (1960), Uma mulher casada (1964) e A chinesa (1967). Je vous salue Marie, de 1985, é considerado herege pelo papa João Paulo II. Em 1993, lança Infelizmente para mim.


A Chinesa



François Truffaut (1932-1984)

Diretor francês, participa do Cahiers du Cinéma e da política de autores. Considerado o poeta da nouvelle vague, faz críticas de cinema durante vários anos e escreve livros sobre o tema, dos quais o principal é sobre a série de entrevistas que realizou com Alfred Hitchcock, seu cineasta preferido. Foi assistente de Rosselini e escreveu o roteiro de Acossado, de Godard. Dentro de sua produção ganham destaque os filmes Fareinheit 451 (1966), A noiva estava de preto (1967) e A história de Adele H (1975).


Fareinheit 451

Produções recentes

Após a década de 60, predomina um cinema intimista voltado para o retrato do cotidiano: Bertrand Blier (Meu marido de batom), Eric Rohmer (Amor à tarde), Bertrand Tavernier (Por volta de meia-noite), Patrice Leconte (O marido da cabeleireira), Yves Robert (A glória de meu pai), Michel Deville (Uma leitora bem particular). Jean-Jacques Beineix (Betty Blue, A lua na sarjeta) e Luc Besson (Nikita) revigoram o filme noir. Superproduções de sucesso são realizadas por Jean-Jacques Annaud (O amante), Leos Carax (Os amantes da Pont-Neuf), Maurice Pialat (Van Gogh), Régis Wargnier (Indochina), Jean-Paul Rappeneau (Cyrano de Bergerac), Louis Malle (Perdas e danos), Jacques Rivette (A bela intrigante) e Alain Corneau (Todas as manhãs do mundo).

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