Especial Ghibli - Princesa Mononoke

Ashitaka, o príncipe de uma tribo que habita o lado leste do Japão, é ferido durante a luta contra um deus enlouquecido por uma estranha bola de metal presa em seu corpo. Ele parte para descobrir de onde o objeto veio, já que se não encontrar uma cura mágica, morrerá de seu ferimento.
Viajando rumo ao oeste, ele se depara com vários mineradores que destroem florestas para ganhar a vida, mas que também são vítimas de um terrível senhor feudal. As criaturas da floresta lutam contra a destruição, lideradas pela deusa lobo Moro e sua filha adotiva San, uma humana abandonada quando bebê e criada pelos lobos. San odeia os humanos que a rejeitaram e que agora tentam destruir sua família adotiva e seu lar; Ashitaka, que embora esteja mortalmente ferido não guarda ressentimento algum, se vê ligado a esta selvagem e, feroz (e ferida) garota.

Miyazaki levou vinte anos para conceber a história que iria se tornar Princesa Mononoke (Princess Mononok, Mononoke-hime), transformando o que era inicialmente um óbvio conto de fadas ou fábula numa trama passional reinventando-se ao invés de repetir-se. Situada nas místicas florestas do Japão antigo a narrativa define momentos em que a relação do homem com a natureza deu os primeiros passos da coexistência à exploração, num filme desconfortável, porém repleto de ambigüidades.Ashitaka, o típico herói, corajoso, bravo, honrado, intrépido e gentil, mata sem hesitar se achar que deve.

San – violenta, irracional e obcecada – podia muito bem ser a vilã, mas Miyazaki se recusou a rotulá-la de maneira tão simplista. Ele insistiu na natureza de seus personagens e suas relações para dizer que a palavra de ordem é “cooperação”, ou do contrário só haverá destruição.

Princesa Mononoke é um filme primitivo de muitas maneiras, ao mesmo tempo violento e pessimista. As matas em que se passa a ação, são repletas de estranhos espíritos e deuses, lindos, porém assustadores. A trilha dá apoio a toda esta atmosfera ameaçadora, com um tema final com um solo de tenor que é capaz de provocar calafrios. Este também foi o primeiro filme do Studio Ghibli a fazer um uso mais extensivo da animação computadorizada, decisão tomada pelo produtor Toshio Suzuki para cumprir um prazo quase impossível no fim de um processo de produção que durou três anos.

Ficha Técnica

Titulo: Princesa Mononoke
Titulo Original: Princess Mononoke ( Mononoke-hime)
Direção: Hayao Miyazaki
Produção: Toshio Suzuki
Roteiro: Hayao Miyazaki
Música: Joe Hisaishi
Ano de Lancamento: 1997
País: Japão
Gênero: Animação/Aventura/Fantasia
Estúdio: Studio Ghibli
Duração: 134 min.


Veja abaixo o trailer americano de Princesa Mononoke, que nunca foi lançado oficialmente no Brasil.

Texto de autoria de Deborah Magnani, agradeço pelo autorização do uso em nosso blog.