sexta-feira, 25 de junho de 2010

Especial Ghibli – Laputa: Castle in the Sky


O órfão Pazu, vive numa pequena comunidade perto das montanhas e trabalha para o turrão, porém generoso engenheiro responsável pela mina local. Seu pai era um famoso aviador que foi desacreditado por afirmar que havia visto a lendária cidade flutuante chamada Laputa. Pazu sonha restabelecer a honra de seu pai e constrói aos poucos sua própria máquina voadora. Até que um dia uma garota usando um colar com uma estranha pedra azul literalmente cai do céu em seu braços. Antes que percebam, os dois estão fugindo do governo, escapando de piratas, e indo ao limiar de sua coragem, lealdade, e confiança mútua, tudo em função da estranha pedra e da tal lenda.

Esta aventura foi o primeiro filme produzido pelo Studio Ghibli , com Hayao Miyazaki e seu parceiro de longa data Isao Takahata, unindo-se pra criar um time capaz de realizar animações dos mais elevados níveis. E, definitivamente Laputa: Castle in the Sky (Tenkū no Shiro Rapyuta) conseguiu imprimir as credenciais do recém-nascido estúdio. As pinturas dos planos de fundo, sempre um ponto alto da Ghibli, são soberbos, a animação é dinâmica e limpa, e o design e intrigante e engajado. Miyazaki adora criar máquinas retrô, engrenagens que poderiam ter existido nos primeiros anos da era industrial a vapor e das máquinas voadoras. Sua paixão por tecnologia analógica e mostrada no filme num maravilhoso desfile de invenções. Desde as bombásticas naves de guerra do governo, as estranhas máquinas dos piratas ate o belo glider que leva Pazu ate seu sonho, são todos extremamente mágicos e tão convincentes, que somos capazes de desejá-los, transformando a produção num filme de crianças grandes com brinquedos gigantes.

O roteiro de Laputa se inspira igualmente em Robert Louis Stevenson e Jonathan Swift – Laputa é um lugar que existe em As Viagens de Gulliver, e o órfão fugindo dos piratas e o ponto inicial de A ilha do tesouro. E, como e de praxe no Studio Ghibli, a trama mostra a figura feminina como pilar de forca. Sheeta, a garota que cai do céu, se mostra inicialmente como a garota do interior, tímida e amedrontada, privada de tudo que ama e assustada pela própria sombra , mas se descobre como a princesa capaz de transcender seus ancestrais se dispondo a morrer para salvar pessoas que nem conhece. Ma Dola, a rainha pirata que esconde um coração mole numa concha de aço, é um retrato da mulher forte, inteligente porém afetuosa. As mulheres da vila de Pazu são decididas e extremamente capazes de lidar com sua lutas. As famílias dos mineiros também são retratadas com muita emoção. Miyazaki foi a Wales para desenhar cenas de mineiros durante a greve de 1985-85, e colocou toda sua admiração pela sua luta e senso de comunidade no filme, assim como suas gloriosas montanhas e seus minúsculos e belos vilarejos.

A trilha sonora original feita por Joe Hisaishi é uma grande aventura orquestral andando lado a lado com clássicos como Korngold e Hermann. Hisaishi refez inclusive, toda a trilha para a versão americana do filme, que possui Mark Hamill, James van der Beek e Anna Paquin como dubladores, tamanha a importância que a própria Disney (que distribui o filme) deu a produção. Mesmo eles, sabem reconhecer o mestre Miyazaki e o feito criativo que é o Studio Ghibli.

Laputa: Castle in the Sky nunca foi lançado no Brasil.

Ficha Técnica

Titulo: Laputa: Castle in the Sky
Titulo Original: Laputa: Castle in the Sky (Tenkū no Shiro Rapyuta)
Direção: Hayao Miyazaki
Produção: Isao Takahata
Roteiro: Hayao Miyazaki
Música: Joe Hisaishi
Ano de Lancamento: 1986
País: Japão
Gênero: Animação/Aventura/Fantasia
Estúdio: Studio Ghibli
Duração: 126 min.


















Texto de autoria de Deborah Magnani, agradeço pelo autorização do uso em nosso blog.

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