quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cinema Nacional

Chico Xavier



Nessa semana teremos estréia de cinema brasileiro na telona. Trata-se de Chico Xavier, que é um filme cheio de emoção, conta a história de um médium mineiro da infância até a maturidade.







Uma curiosidade sobre o filme:

A data da estréia, foi especialmente escolhida para ser no dia 2 de Abril de 2010, porque é a data Chico Xavier completaria 100 anos.

O ator Nelson Xavier, é o ator que interpreta o médium entre os anos de 1969 e 1975, ficou com a voz embargada ao descrever o personagem.

“Chico foi uma revolução em minha vida. A mensagem dele é que a gente tem que acreditar mais no amor”, explicou. “Eu vivia num ateísmo profundo antes de mergulhar no universo dele. Ao ler o livro fui tomado por uma cachoeira de emoções e lamentei ter vivido tanto tempo sem o Chico”.


O livro a que o ator se refere é “As vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior, no qual o roteiro é baseado.




Nelson Xavier, Daniel Filho e Angelo Antonio, nas gravações na Cidade de Uberaba

Quem assina a adaptação é Marcos Bernstein (de “Central do Brasil” e “Terra estrangeira”).

“Decidimos que a infância não poderia ficar de fora, por talvez ser a parte mais dramática da vida do Chico. E muito menos a velhice, quando ele passa a usar peruca. Acho que essa é a imagem mais fresca que as pessoas têm dele”, diz o roteirista.

Sinopse:
O filme é conduzido pela participação de Chico Xavier, já idoso, no programa de entrevistas “Pinga fogo”, que tenta por todos os artifícios fazer o médium cair em contradição.

Ao longo de perguntas provocativas de jornalistas, o médium relembra passagens importantes de sua vida – da juventude em Pedro Leopoldo à consagração em Uberaba, onde viveu até os últimos dias.

Trama paralela é protagonizada por Orlando (Tony Ramos) e Glória (Christiane Torloni), pais que perderam o filho em uma tragédia e recebem uma carta psicografada das mãos de Chico Xavier. “Esse casal é o ponto direto de identificação com o espectador, é o que representou o Chico para todos nós: a possibilidade de ter de volta um filho, um parente querido que perdemos”, analisou Bernstein.

Sobre o Elenco:
Além de Nelson, interpretam o médium na fase adulta e na infância os atores Ângelo Antônio e Matheus Costa. Completam o elenco Letícia Sabatella, Paulo Goulart, Giulia Gam, Pedro Paulo Rangel, Cássia Kiss, Luís Melo, Carla Daniel e Giovanna Antonelli.


Premiere, no Teatro Municipal de Paulinia- Daniel Filho (Diretor), Nelson xavier, Angelo Antonio e Mateus Costa (as três gerações de Chico Xavier)

Carla Daniel, Angelo Antonio e Giulia Gam - As atrizes interpretam irmã e Madrinha do Medium, que na juventude é vivido por Angelo Antonio

Nelson Xavier

Histórias obscuras que aconteceram durante as filmagens:

Em uma das cenas que se passa na Casa das Preces, havia uma senhora que iria fazer figuração do filme e de repente começou a passal mal, e chegou a desmaiar, segundo os relatos dizem que ela encarnou algum espírito.

A fé e a religiosidade foram um traço marcante das filmagens. Segundo o diretor era comum que figurantes chorassem muito nas cenas. “Principalmente em Uberaba, onde muitas pessoas estiveram com o Chico, havia muita comoção”.

Mas apesar desse tipo de relato, Filho faz questão de enfatizar que “Chico Xavier” não foi feito com a intenção de ser um filme religioso, sobre a doutrina espírita. “É a história de um brasileiro excepcional, que escreveu 412 livros e vendeu mais de 30 milhões no mundo todo”.

Bruno Wainer, um dos produtores do filme, acredita que católicos, evangélicos e seguidores de outras religiões não devem descartara a ida ao cinema. "O filme não levanta a bandeira do espiritismo. Ele é mais voltado para os valores que o Chico pregou, que são a paz e o amor. Quem é contra isso?", questiona.

Relatos sobre as filmagens e sensações.

Ateu, ex-comunista, orgulhoso de ter interpretado o cangaceiro Lampião em performance histórica na televisão, o ator Nelson Xavier acreditava que após cinco décadas de carreira nenhum personagem voltaria a lhe impressionar.

“Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas”, conta o ator, que no longa vive o líder espírita dos 59 aos 65 anos. “Nenhum dos personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.


No entanto, Nelson deixa claro que não se converteu à doutrina espírita. E que, sim, aos 68 anos segue ateu. “Mudei no sentido de achar que a gente morre e desaparece numa totalidade. Hoje acredito que a gente permanece com uma identidade e pode até se comunicar”.

O processo de revisão de opiniões começou com a pesquisa dos livros psicografados pelo médium e a leitura da biografia “As vidas de Chico Xavier” (2003)

“Olha só como é a vida: minha mãe me dava esses livros espíritas desde a infância e eu só fui ler agora... Eu zombava do espiritismo...”, recorda o ator, que, com a lembrança materna, se emociona, chora, e pede um intervalo para continuar a falar.

“Há duas cenas do filme em que meu personagem reza. Ali eu estava muito emocionado, falei como se fosse para minha mãe, quase como um acerto de contas”.



Presença de Chico


Os atores Ângelo Antônio e Matheus Costa interpretam Chico Xavier na juventude e na infância. Mas é Nelson que aparece ao longo de todo o filme, que tem como ponto de partida a participação do líder espírita no programa de entrevista “Pinga Fogo”, da extinta TV Tupi, no qual seus poderes mediúnicos são colocados à prova.

Impressiona como a caracterização – os óculos escuros, a peruca, a maquiagem – deixou o ator fisicamente parecido com o médium. Segundo Daniel Filho, a semelhança levou a momentos de comoção entre os figurantes.


“Era comum que atores começassem a chorar, principalmente nas cenas de oração, que rodamos na Casa da Prece”, revela o diretor, se referindo ao centro espírita inaugurado por Chico Xavier em Uberaba.


De episódios como esse, Nelson destaca um envolvendo atriz que já havia estado com o médium, morto em 2002. “Ela apontou para mim e disse que Chico estava ali. Fui às lagrimas, senti a presença dele ao meu lado. E essa não foi a única vez”.

Trailer:

Lampião x Chico


Apesar de considerar “Chico Xavier” o apogeu de sua carreira – são 50 filmes, 20 novelas e incontáveis participações especiais – Nelson lembra com carinho da minissérie “Lampião e Maria Bonita” (1982), que protagonizou ao lado da atriz Tânia Alves na TV Globo.

“Ali também foi essa coisa de o papel tomar posse. Fiquei apaixonado por aquele general do povo. Ainda mais naquele momento do Brasil, alguém ir lá e fazer sua justiça”, relembra o ator. “Mas os tempos eram outros. Hoje fico com as lições do Chico: a da solidariedade, do amai-vos uns aos outros”.


E as mensagens do médium continuarão a povoar a vida do ator. Pelo menos até o final do ano, quando começa a ser rodado em Fortaleza “As mães de Chico”, do diretor Glauber Filho.

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