quarta-feira, 11 de abril de 2012

Corações Sujos

 Algum tempo atras, eu cheguei a falar bastante sobre as filmagens desta filme, que rolaram aqui em nossa região.
Este filme reuni grandes talentos, como do diretor Vicente Amorim (O Caminho das Nuvens e Um Homem Bom); dos astros japoneses Tsuyoshi Ihara (Cartas de Iwo Jima), Takako Tokiwa, Eiji Okuda e grande elenco; e dos produtores João Daniel Tikhomiroff, Gil Ribeiro e Michel Tikhomiroff, chegará  às telas no dia 6 de Junho (depois de um longo tempo de espera).

 Uma história universal e inesquecível, baseada no livro do escritor Fernando Morais, que retrata com força e lirismo a trajetória dos personagens de uma tragédia japonesa em solo brasileiro. Artífices de uma guerra fratricida, que marcou para sempre uma geração de imigrantes. E que permaneceu desconhecida por décadas. Há 67 anos, o mundo celebrava o fim da Segunda Guerra Mundial. Depois de seis anos de medo, aflição e morte, a rendição japonesa aos americanos representou alívio e esperança para milhões de pessoas. 

Mas no Brasil - onde começava a se formar aquela que é hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão - a notícia da rendição não representou o fim das trevas. Pelo contrário, marcou o início de um conflito improvável e violento, que matou dezenas de japoneses, feriu centenas e levou milhares à prisão, em pleno interior dos estados de São Paulo e Paraná. Reprimidos pela polícia, analfabetos na língua portuguesa e proibidos de ter acesso a publicações em japonês, a maioria dos imigrantes no Brasil recusou-se a aceitar de imediato a notícia da rendição. Reforçada pelo nacionalismo que marcou o Japão durante a Guerra, mais as crenças na divindade do imperador Hirohito e na indestrutibilidade do Império Japonês, a ideia de que a notícia da derrota era apenas propaganda inimiga, uma fraude para para enfraquecer o orgulho nipônico, espalhou-se pela colônia. Para muitos imigrantes, os conterrâneos que aceitavam a notícia da rendição eram traidores da pátria, ou "corações sujos". Uma desonra que só poderia ser lavada com sangue. Essa crença deu origem a uma onda de ataques violentos de japoneses que não acreditavam na derrota contra aqueles que já a aceitavam. E a resposta veio na mesma moeda.Baseado em fatos reais, Corações Sujos é um filme de ficção que conta a história de um imigrante cuja vida foi transformada por essa intolerância: Takahashi (Tsuyoshi Ihara), dono de uma pequena loja de fotografia e casado com a professora primária Miyuki (Takako Tokiwa). Influenciado pela doutrina nacionalista que dominava a sua colônia - refletida na liderança do Coronel Watanabe (Eiji Okuda), um antigo oficial do exército japonês -, Takahashi aos poucos vai se transformando em assassino. Soldado de uma causa em que ele acredita cegamente e sobre a qual não se permite refletir. Enquanto isso, sua mulher luta em vão contra o destino trágico que o espreita, tentando salvar o amor em meio à espiral crescente de radicalismo, manipulação e violência

Havia varias fotos bacanas para serem postadas, mas eu acabei escolhendo, as fotos que eu encontrei nosso amigo Takeshi Konno, que participou do filme:




Um comentário:

  1. Nesta quarta-feira (12 de setembro) as 21h30, o projeto Travessias em Conflito realizará um debate com o cineasta Vicente Amorim, realizador de Corações Sujos, e com os atores Ulisses Sakurai, Ricardo Oshiro Osiro e Henrique Kimura, após a exibição do filme (19h30). Uma oportunidade única para trocar impressões e dialogar sobre o filme com o seu realizador e com alguns de seus atores protagonistas. Estão todos convidados! Centro Cultural Hiroshima (rua Tamandaré, 800 - prox. metro São Joaquim). Entrada franca.

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